sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Mulher - Músicas que agridem

                                          Músicas que agridem a imagem da Mulher.  (1)
Tem coisas inacreditáveis no nosso país, tendo como abordagem a mulher. Infelizmente, há quem trabalhe não para enaltecer o sexto feminino, mas para denegrir a sua imagem. Dá para imaginar que a letra de uma música possa ser algo do tipo: “ mulher é igual a lata, você chuta e outro cata”.
Pois bem, os versos, se assim podemos chamar porque acaba sendo uma ofensa aos verdadeiros poetas, vão além e dizem: “Me dá, me dá patinha, me dá, sua cachorrinha”. E pasmem com mais um trecho dessa  pseudomelodia:  “Quando chego na boite, ela se excita, levanta a garrafa de uísque, a perereca dela pisca”. Um verdadeiro absurdo. Um acinte.
Todas essas frases estão num gênero musical popular conhecido como “pagode baiano”. A música é tão ofensiva que provocou a indignação da deputada estadual da Bahia, Luiza Maia, que decidiu levar sua revolta ao parlamento do Estado.
Ela é autora de um projeto de lei que pede a proibição do uso de recursos públicos para a contratação de artistas que, em suas músicas, danças ou coreografias desvalorizem, incentivem a violência ou exponham as mulheres a situação de constrangimento. O texto da matéria propõe ainda a criação de uma lista com nomes de artistas que atentem contra a dignidade da mulher. O relatório seria apresentado pela Secretaria Estadual de Políticas para Mulher.
Apesar da polêmica, o projeto, que tramita na Comissão de Constituição e Justiça conseguiu ganhar o apoio na Assembléia Legislativa da Bahia e entre populares.
Para se te uma idéia, 11 deputadas assinaram o projeto e 20 parlamentares do sexo masculino também, sem contar com as assinaturas de populares.
A indignação da deputada deveria ser de todas as mulheres, no sentido de repudiarem esse tipo de música e qualquer outra colocação, dissertação, declaração (seja lá o que for) que manchem a imagem bonita que a mulher tem e que deve continuar assim.
O preconceito contra a mulher tem que ser banido. Foi o tempo em que a mulher era tida como subalterna, inferior, fruto de uma cultura machista. Foi o tempo em que o grito tinha que ser contido. Agora a mulher pode delimitar seu espaço na sociedade. Pode demonstrar sua aversão a determinadas colocações.
A partir do momento em que as mulheres dançam e cantam essa música, estão aceitando o que está sendo imposto, o que tem por objetivo minimizar a sua condição humana.
Não se trata de impedir a liberdade de expressão, censurar por censurar. Trata-se de uma questão muito maior:  preservar o respeito que toda mulher merece, seja da família, dos amigos, da sociedade.
Um abraço imenso para todas as mulheres.

Mariléa Salles

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