Arthur Bispo do Rosário?
A matéria prima de seu trabalho advinha do lixo recolhido no hospital, sucatas, restolhos e trapos de pano, que eram desfiados e posteriormente utilizado em seus bordados.
Artur Bispo do Rosário era, dentre outras coisas, um bordador de obras primas. Passou mais da metade de sua vida trancafiado no Juliano Moreira, modificando seus objetos pessoais: escovas de dente, talheres, tesouras, etc.
As loucuras de Artur Bispo do Rosário não cabem numa simples dissertação, é preciso se deparar com a sua vasta obra para se ter a dimensão de quem foi. Era um artista obcecado por jogo de xadrez, misses e geografia; com sua sede de registros, extrapolou as dimensões da pintura e criou fantásticas vitrines com copos de alumínio, pentes de plásticos e objetos variados.
Criado por uma família rica, em Botafogo foi, quando jovem, marinheiro e lutador de boxe. Certo dia recebeu uma mensagem de “Deus”, ele dizia: era o início de seu desequilíbrio mental. Internado, logo se intitulou xerife e passou a bater nos companheiros. Ficou recluso numa solitária, onde passou grande parte de sua vida. Segundo Bispo, Deus lhe havia pedido que "Reconstruísse o universo" e "Registrasse a sua passagem aqui na terra". Durante meio século, não fez outra coisa. Para ele, a sua obra era um desejo de Deus, mas para o crítico Frederico de Morais, que o apresentou ao mundo, tudo não passava da mais genuína arte. Poderiam ter feito novas pesquisas para detectar realmente o que se passava em sua mente tão criativa.
Em Belo Horizonte foi criado um Centro de Convivência que leva o seu nome. De certa maneira, ao que parece, é um extensão, no que concerne ao tratamento, do Hospital Pedro II, onde existe o bem sucedido Museu do Inconsciente. Em ambos os casos, os pacientes desenvolvem práticas artísticas e os resultados são surpreendentes. Prova disto, é a exposição que se realiza na Feira de Artesanato do Minascentro, em Belo Horizonte.
Hoje o nome de Artur Bispo do Rosário já correu os quatro cantos do planeta. Os europeus se extasiaram e, desde então, o reverenciam. Sua exposição visitou as principais capitais do mundo. Em um de seus mantos, Artur Bispo do Rosário bordou o nome das mulheres que seriam salvas, por ele, no Juízo Final. Este manto deveria acompanhar-lhe na subida aos céus, fica assim uma dúvida: será que ele foi atendido, será que foi aceito?
Todos os principais conceitos e seguimentos de arte moderna estão contidos na sua obra. É preciso observar que Bispo, sendo interno, estava alienado do mundo e por isso a sua originalidade é incontestável. Quando, em vida, quiseram expor os seus trabalhos, ele foi enfático: "Não faço isto para os homens, mas para Deus".
Eu Fernanda Saggiomo gostaria de dizer que, no profundo de cada intelecto existe a vontade plena de ter um encontro com DEUS, infelizmente ele estava no lugar errado, e não foi tão bem avaliado. Assim como outros astros, reis; são reconhecidos depois de sua morte.
Então faça valer aquilo que foi concedido por DEUS, não enterre seus talentos, viva, busque, lute e faça das suas dificuldades uma oportunidade de lutar e ser feliz!
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